A obesidade sempre foi considerada um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama. Mas, dessa vez, um novo estudo liderado por cientistas espanhóis, do Centro de Pesquisa Biomédica em Rede-Fisiopatologia da Obesidade e da Nutrição (CIBERobn), comprova essa constatação e revela pela primeira vez que mecanismos moleculares estão implicados no processo.

Para isso, os pesquisadores observaram em ratos obesos a expressão dos genes implicados nas rotas que iniciam o câncer e compararam com os genes de ratos mais magros. Como resultado, os processos cancerosos se ativaram nos ratos obesos.

Depois das primeiras análises, os cientistas investigaram os tecidos adiposos, que podem ser viscerais (os que rodeiam e protegem os órgãos) e subcutâneos. “Diversos estudos explicam que o tecido visceral é o mais prejudicial para a saúde, o mais relacionado com doenças associadas com a obesidade como o diabetes ou as doenças cardiovasculares e quisemos saber se também o estava com o câncer”, detalhou Crujeiras, um dos pesquisadores da equipe.

Quando o tecido é visceral, as células epiteliais de mama se proliferavam mais. Isso porque o tecido adiposo visceral apresenta uma atividade mais prejudicial do que a do tecido subcutâneo. Como resultado, os pesquisadores observaram que as mudanças moleculares produzidas antes do desenvolvimento de um tumor evidenciam que quanto mais a obesidade é prolongada, maior é o risco de desenvolver um tumor na mama.

Outros testes

Após essas descobertas iniciais, os cientistas investigaram um grupo de mulheres com e sem câncer de mama, em comparação ao seu estado de sobrepeso, e observaram as mesmas alterações nas células sanguíneas que nos ratos. Por esse motivo, o grupo de cientista sugere que uma análise de sangue poderia identificar a desregulação dos genes relacionados ao câncer.

Prevenção

O câncer de mama é tipo de tumor mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo todo. Para esse ano, são esperados cerca de 57.120 casos novos da doença.

Atualmente, as formas mais eficazes de detectar de forma precoce o tumor são o exame clínico e a mamografia. Este último é indicado para mulheres a partir dos 40 anos de idade. Para as mulheres mais jovens, a ultrassonografia das mamas é o método mais indicado.