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Dra. Suzana Aquino Cavallieri / Radiologista – CRM 31991-7/RJ
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É possível prevenir a morte súbita em adultos?

“Algo poderia ter sido feito?” Essa pergunta costuma ser ouvida após um impactante caso de morte súbita, principalmente quando a vítima é jovem – caso da advogada Taíse Bertoncello, de 24 anos, que passou mal e faleceu durante uma corrida de rua recentemente em Cuiabá/MT.
Classifica-se como morte súbita aquela que ocorre de forma natural e repentina – na maioria das vezes resultante de doenças do coração – em indivíduos que aparentemente encontram-se em bom estado de saúde. Também considera-se morte súbita aquela que ocorre 24 horas após o surgimento dos primeiros sintomas.
No momento em que a vítima está passando mal, é possível impedir o óbito por meio de técnicas de reanimação cardiorrespiratórias adequadas e do emprego do desfibrilador, aparelho que aplica uma carga elétrica contínua no tórax com o objetivo de devolver o batimento normal ao coração.

Mas há medidas preventivas contra a morte súbita?
Sim. Considerando que a maioria dos casos está relacionada a problemas cardíacos conhecidos ou não, a análise do histórico clínico e familiar acompanhada de testes de esforço e exames cardiológicos pode indicar a existência de fatores de risco que levem à morte súbita.
O principal deles é uma arritmia cardíaca chamada de fibrilação ventricular, complicação de quase todas as doenças coronárias graves. Esse tipo de arritmia também é conhecido como a principal causa das paradas cardíacas. Costuma afetar pessoas com pressão alta, insuficiência cardíaca e problemas nas válvulas do coração.
A fibrilação ventricular faz o coração bater de forma desorganizada e tem como efeito inicial a perda da pulsação. Em poucos segundos, a vítima também perde a consciência e a capacidade de respirar. Se não houver socorro imediato, a morte ocorre em poucos minutos.

Idosos e jovens
A morte súbita é mais comum em pessoas idosas, principalmente aquelas com histórico clínico de doenças cardiovasculares. No entanto, pessoas jovens e atletas profissionais e amadores também correm risco.
Entre os esportistas com menos de 35 anos, amadores ou profissionais, os principais fatores que levam à morte súbita são as doenças cardíacas congênitas. Nesse caso, a avaliação médica feita antes do início da prática regular de atividade física, associada aos exames cardiológicos, permite o diagnóstico de anormalidades, presentes ou não desde o nascimento.
Em se tratando de atletas com mais de 35 anos, o infarto agudo do miocárdio passa a ser a causa mais frequente. A análise médica preventiva, nesses casos, possivelmente inclui a realização de mais exames, além de um controle maior de condições que contribuem para o risco cardíaco, como obesidade, tabagismo, alimentação inadequada e sedentarismo.
A morte súbita também pode ser resultante, em menor abrangência, de outros fatores, como o efeito colateral de um medicamento (sobretudo em pacientes com mais de uma doença), consumo de drogas com efeito tóxico para o coração, como cocaína e ecstasy, e esforços físicos com menor impacto como o ato sexual, principalmente em pessoas com doença isquêmica do coração.
É importante que as vítimas de morte súbita passem por exame de autópsia, a fim de identificar as suas reais causas. Esse procedimento é fundamental para que os familiares façam o rastreamento de possíveis enfermidades hereditárias que estejam relacionadas à morte súbita.